Tratar apneia do sono e até se proteger de DSTs garantem coração saudável.
São
seis os principais fatores de risco para doenças cardiovasculares,
hipertensão, obesidade, sedentarismo, tabagismo, diabetes e colesterol
elevado. E o que era preocupação quase que exclusiva do público
masculino também começa a ameaçar o sexo oposto. De acordo com a
Sociedade Brasileira de Cardiologia, a incidência de infarto em mulheres
tem crescido e deverá passar a de homens em poucos anos. Além disso, um
estudo publicado pela Associação Médica Americana aponta que mulheres
de 45 anos correm um risco 30% maior de sofrer um infarto sem dor no
peito do que os homens. Por isso, exames preventivos e campanhas como a Go Red For Women (Vá de Vermelho pelas Mulheres), que acontece hoje, são fundamentais.
Para mudar o quadro atual das estatísticas apresentadas pela
Organização Mundial da Saúde, que mostra doenças cardiovasculares como
principal causa de morte entre as mulheres, ficando acima de problemas
como câncer de mama, listamos ameaças pouco conhecidas ao coração
feminino. Mergulhe de cabeça no vermelho e proteja-se:
Apneia do sono
"A apneia do sono
caracterizada pela interrupção da respiração durante o sono é um
problema crescente e que favorece alterações metabólicas extremamente
perigosas para a saúde cardiovascular", aponta o cardiologista Orlando
Otávio de Medeiros, presidente do Departamento de Cardiologia da Mulher
da Sociedade Brasileira de Cardiologia. Tais alterações levam, entre
outros problemas, ao desenvolvimento de doenças como o diabetes. O
problema é destacado em um estudo publicado no periódico
Annals of Internal Medicine,
que acompanhou 1.116 mulheres. A pesquisa mostrou maior taxa de
mortalidade cardiovascular entre aquelas que sofriam de apneia. Neste
caso, a prevenção, de acordo com o especialista, começa com a realização
da Polissonografia, exame que monitora o sono do paciente para entender
a gravidade da doença.
HPV
Doença sexualmente transmissível que aumenta o risco
de câncer de colo de útero, o HPV também parece ser uma ameaça ao
coração feminino. A descoberta, que faz parte do
Women's Health Initiative Observational Study,
aponta que o vírus pode atuar como modificador de genes ligados à saúde
cardiovascular. "Algumas viroses tendem a prejudicar o metabolismo de
gorduras no corpo, favorecendo a aterosclerose, que é o endurecimento
das artérias", explica o cardiologista Orlando. Com o tempo, o fluxo
sanguíneo por esses vasos vai diminuindo, o que pode culminar em um
ataque cardíaco. Para se prevenir da DST, especialistas recomendam não
só o uso da camisinha como também a vacinação contra o vírus.
Suplementos de cálcio
Com a menopausa, caracterizada pela queda de
estrogênio no organismo, aumenta o risco de desenvolvimento da
osteoporose, o que faz com que muitas mulheres recorram a suplementação
de cálcio. Entretanto, um estudo divulgado no British Medical Journal
mostra que os suplementos podem ser uma ameaça ao coração feminino. "A
ingestão de cálcio por meio da dieta ocorre em pequenas quantidades,
diferente da suplementação, que fornece grandes quantidades do nutriente
de uma só vez", explica o nutrólogo Roberto. O resultado disso é uma
possível calcificação dos vasos e crescimento das placas de gordura,
podendo levar ao entupimento de uma artéria. O especialista recomenda,
portanto, que um bom profissional seja consultado para avaliar a
necessidade de incluir a suplementação na alimentação e, se confirmada, a
quantidade a ser ingerida.
Estresse
"O estresse é
extremamente prejudicial ao organismo, pois promove a liberação de
substâncias inflamatórias que, em longo prazo, aumentam o risco de
problemas cardiovasculares", aponta o cardiologista Orlando. Isso é o
que confirma um estudo publicado na revista PLoS ONE que acompanhou 22
mil mulheres durante 10 anos. Aquelas consideradas muito tensas tinham
um risco 40% maior de sofrer ataques cardíacos fatais e 67% de sofrer um
ataque cardíaco não-fatal do que as mulheres menos estressadas. Para o
cardiologista, uma característica feminina que favorece o problema é a
dupla jornada a qual grande parte delas precisa se submeter, trabalhando
e cuidando da casa e dos filhos.
Alimentos de alto índice glicêmico
Não é só a gordura saturada que é vilã do
coração. Uma pesquisa da Fundação Nacional do Câncer de Milão, na
Itália, descobriu que o consumo exagerado de carboidratos pode duplicar o
risco de doenças cardíacas em mulheres. O nutrólogo Roberto explica:
"alimentos de alto índice glicêmico
promovem grande liberação de insulina no sangue, hormônio que, quando
em níveis elevados estimula processos inflamatórios que degradam os
vasos sanguíneos". O mesmo problema afeta mulheres que não abrem mão de
bebidas com adição de açúcar, como aponta um estudo feito pelo Centro de
Saúde da Universidade de Oklahoma, nos Estados Unidos.
Previna-se de 10 ameaças à saúde cardiovascular feminina.
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